sexta-feira, 30 de abril de 2010

 





Não quero falar com ninguém, não atendo telemóvel não respondo a mensagens. Desculpem-me, são poucos os que comigo se preocupam, mas não estou capaz de ouvir as mesmas palavras de sempre.
Eu sei que são bons conselhos, mas que querem que faça? Saber que estou errada não altera em nada. Os meus dias não secam as minhas lágrimas!
Saber que não encontro em mim as forças suficientes para agir, ou não agir, ou, simplesmente aprender a gostar de mim, ser capaz de dizer não, tudo isto seca o  ânimo, devora a claridade, come-me o bater do coração e só reconheço a tristeza e esta sensação pungente de injustiça, uma injustiça que de tão pesada me tolhe todas as horas dos dias e todos os dias que estão para vir.O amor não é cego, qualquer tipo de amor, por muito que digam os poetas, não, não é cego, nem surdo e por isso mesmo damos a quem amamos o poder de nos magoar. Uma vez, e outra vez, ás vezes quando ando na rua e olho quem passa, tento descobrir-lhes a vida, dou comigo a inventar histórias de amores eternos, paixões proibidas, solidões profundas, enfim, vou inventando um mundo no caminho para o trabalho, do trabalho para casa. O silêncio, cada dia me cobre mais como se fosse uma segunda pele.
Desculpem não atender o telefone a vocês que são os únicos que se preocupam comigo, desculpem mas hoje vou fingir que vivo a vida dos outros e, assim, não terei de olhar para a minha!